Como esta será a primeira postagem, e pouco tenho para apresentar-lhes, senão algo que descreva o que realmente sou, tornando possível o intuito da criação deste blog... Não vejo outra forma de me expressar por hora, portanto, espero que esta escolhida seja clara para o entendimento de todos.


Via Láctea


Ora (direis) ouvir estrelas!
CertoPerdeste o senso! E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto,
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E ao vir do Sol, saudoso e em pranto
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado-amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Têm o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem pode ter ouvido
Capaz de ouvir e entender estrelas."


Olavo Bilac


Este foi o primeiro poema que trabalhei na época da escola, devo dizer que não me agradam, mas me senti orgulhosa já que fui aplaudida... O que mais chamou atenção é a forma como o autor atribue valores que superam a realidade aos sentimentos. Superá-la é adentrar mundos onde o impossível possa nos surgir aos olhos.

1 Eita! Quero falar!:

Se tem uma coisa digna de elogio garantido nas obras de autores parnasianos, essa coisa é, justamente, a beleza.
Mas Olavo Bilac tinha um algo mais, de fato: só quem ama pode entender realmente. E pra entender estrelas então, quanto amor é necessário... estão tão acima, tão distantes, tão em outro mundo... o que, mesmo assim, não pode ser feito sem que se receba a pecha de tresloucado!